Sustentabilidade

Neste espaço iremos informar sobre os assuntos gerais que envolve o tema da sustentabilidade, os assuntos específicos da sustentabilidade aplicado ao nosso empreendimetno e as deliberações feita pelo grupo.






PROJETO DE AGROFLORESTA PARA RECOMPOSIÇÃO DA APP DO EMPREENDIMENTO ZORILDA MARIA DOS SANTOS


Introdução

O projeto Zorilda Maria dos Santos é um projeto de Habitação de Interesse Social, desenvolvido pela CEMOS (Central Pró Moradia Suzanense) com apoio da Prefeitura Municipal de Suzano, com o financiamento da Caixa Econômica Federal e assessória técnica da Brasil Habitat.

   O terreno desse empreendimento localiza-se na Rua Guilherme Garijo, 371 e possui uma área de 24.000 m2 (vinte e quatro mil metros quadrados), e um forte apelo ambiental com vegetação nativa e um córrego que passa na divisa de fundos do terreno. Nas leis ambientais da Secretaria do Meio Ambiente existe um limite para se construir próximo a córregos e áreas de mananciais, e será deixada uma área de 5.509,00m ( cinco mil quinhentos e nove metros quadrados ) que se transformará em uma APP onde será feita uma recomposição ambiental. Outra parte do terreno com 5.635,23m2 é de mata nativa, será preservada, totalizando 11.144,23m2 de área de preservação.

   Pela própria característica da área e por tratar-se de um projeto com auto-gestão feita pelo próprios moradores, está se discutindo a sustentabilidade em todas as áreas possíveis de aplicação e pretende ser um modelo para a cidade de Suzano como um projeto que priorizou o meio ambiente e a qualidade de vida de seus moradores constituindo-se em um projeto socioambiental.

   A proposta especifica que aqui apresentamos é do desenvolvimento de uma Agrofloresta, ou de uma horta comunitária orgânica na área da APP e do córrego Ribeirão Jaguary que atenderá as necessidades diárias dos moradores.

O que é uma Agrofloresta?

Agrofloresta é o manejo de espécies agrícolas, de espécies florestais e do ser humano, onde todos estão ligados para a melhoria da Terra. São plantadas árvores nativas da mata atlântica, árvores frutíferas e medicinais, e dentro deste ambiente se faz a cultura agrícola sem utilização de agrotóxicos. Com isso temos a produção de insumos, a conservação dos recursos naturais da área em questão, gerando alimentos saudáveis, e preservando a vida da biodiversidade do local.

O que é uma horta comunitária com ênfase em agricultura orgânica?

   Agricultura orgânica é um sistema de produção agrícola que exclui totalmente o uso de agrotóxicos e fertilizantes sintéticos para o crescimento e acompanhamento de verduras.

   Horta Orgânica é um sistema de cultivo mais saudável que o convencional e mais barato. Para quem o faz é muito mais simples e seguro pelo fato de não precisar fazer uso de toxinas.

   No Brasil existem leis para regularizar a agricultura orgânica dentro de áreas de preservação. Essas leis são impostas a quem quer produzir alimentos orgânicos para uso próprio. Como é o caso da horta comunitária sem fins lucrativos beneficiando os moradores com o uso de alimentos saudáveis sem custos extras, só mesmo com a ajuda e voluntariado em produzir e cuidar da horta.

   No Estado de São Paulo a Lei (Lei nº 10.831/2003 e Decreto nº 6.326/2007) da Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Agricultura e Abastecimento regulam esta prática para produção de hortas comunitárias orgânicas a beira de mananciais e córregos, que no caso deste empreendimento seria Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Alto Tietê.
   Introduzir uma horta comunitária orgânica ou uma Agrofloresta no projeto Zorilda, seria um meio de enfatizar a sustentabilidade no local. Além de reestruturar uma parte da biodiversidade do terreno com árvores nativas da Mata Atlântica, árvores frutíferas, exóticas e plantas medicinais, estaremos incentivando o trabalho comunitário, com benefício para todos os moradores.

• Proposta

   Pretendemos na área de APP ( Área de Proteção Permanente) do córrego produzir a Agrofloresta com a horta orgânica.

   Com a implantação da horta orgânica e da Agrofloresta, será possível recuperar o solo, pois serão utilizados somente produtos livres de substâncias nocivas e com os nutrientes necessários para tornar o solo fértil e saudável. Além disso, facilitará a reestruturação do bioma em torno do córrego existente na área e próximo a ela.

   No recuo dos 30 metros do córrego em uma área será paginado áreas para o plantio de árvores de mata atlântica, das frutíferas e das espécies medicinais. Cada espécie de cada classe dessas arvores tem sem tempo exato para plantio e manejo, cada uma tende a ter especificações distintas, tempo de poda, tempo para dar frutos, quantidade de luz necessária, quantidade de água necessária. Por isso nessa área da Agrofloresta miscigenar essas espécies é importante porque cada uma das arvores vão se ajudar no crescimento.

   A horta será dimensionada para atender 80(oitenta) famílias e será auto-gestionada pelo próprio condomínio, incentivando assim o voluntariado.

Etapas de Implantação

• 1º Parte: Execução do Viveiro

    Serão cultivadas nesse terreno de inicio as sementes das árvores e para esse cultivo, será preciso em função do crescimento dessas sementes e mudas a instalação de um viveiro. Esse viveiro pode ser usado também para se encaminhar a produção da horta ao decorrer do crescimento das mudas das árvores. No processo de criação das mudas, será preciso de um acompanhamento mais direto com as plantas, devido ao cuidado que elas precisam em função do tamanho. Existem alguns tipos de viveiros, os mais industrializados, e os mais simples, exemplo:



 
Estrutura para viveiro com tela.



Sacolas Plásticas para plantio das semente's e mudas.


Estrutura para crescimento das mudas.



2º Parte: Cuidados com as mudas em paralelo com o trabalho de construção.

As mudas vão ser criadas desde as sementes, estima-se que no terreno seja replantada mais ou menos de 900 a 1000 mudas. Para o cultivo dessas pequenas mudas, será necessário um viveiro com tela de mais ou menos 40 metros quadrados. Passado o tempo de crescimento das mudas, que variam entre as espécies já não é mais necessário do viveiro, que pode ser reutilizado ou dado outros fins pelos responsáveis. A cada passo do crescimento das mudas deve ser dado a atenção para se colocar em um vaso maior, um ambiente maior para melhores condições de crescimento.

As mudas variam o tempo de crescimento de 10 meses a 4 anos para um tamanho bom para plantio na terra e no local efetivo onde ela vai permanecer.

Produção de mudas no sistema de sacos plásticos

" As dimensões para os recipientes de saco plástico podem variar de 5,0 a 8,0 cm de diâmetro e de 12,0 a 15,0 cm de altura. Os sacos devem ter no mínimo 4 furos na parte de baixo.

   Como substrato para preenchimento recomenda-se terra de subsolo isenta de sementes de plantas indesejáveis e de microorganismos que prejudicam o desenvolvimento das mudas. Deve-se dar preferência para solos areno-argilosos, pois apresentam boa agregação, permitem drenagem e também capacidade de reter água.

   A montagem do canteiro deve ser realizada com o auxilio de duas ripas de madeira em toda a lateral e o canteiro deve ter largura máxima de 0,80 m. Os sacos plásticos, já cheios com terra, devem ser organizados em uma superfície plana sendo colocados encostados uns aos outros para que não ocorra o tombamento das mudas.

  A semeadura deve ser feita de maneira direta, distribuindo de 2 a 4 sementes por saco plástico. As sementes devem ser colocadas em uma profundidade correspondente a um pouco mais que o seu diâmetro. Logo após a semeadura, cobrir com uma leve camada de terra fina ou de material orgânico (casca de arroz ou serragem). As sementes devem ser adquiridas em estabelecimento credenciado, pois desse modo é possível adquirir material de qualidade.
 
   O canteiro deve ser coberto com sombrite até o final da fase de germinação. Outro fator importante para o bom desenvolvimento das mudas é a realização de 2 ou 3 irrigações por dia.

   O desbaste deve ser realizado, com as mudas ainda pequenas (3 cm), deixando apenas a mais vigorosa no recipiente. Nessa fase pode ser realizada uma repicagem aproveitando as mudas, que podem ser transplantadas para outros sacos plásticos nos quais não ocorreu a germinação das sementes.

As mudas podem apresentar grande diferença no desenvolvimento, sendo importante a movimentação separando-as por tamanho de modo a efetuar novas adubações nas mudas menores para que alcancem o tamanho das outras."

Fonte: http://www.ipef.br/silvicultura/producaomudas.asp

3º Parte: Plantio das árvores.

 O terceiro passo após um crescimento efetivo das mudas é o de plantio no solo, que varia um pouco os tamanhos, mas esta ente 1,20m de altura até 2,00m de altura, é nessa fase que as árvores já fortaleceram suas raízes, já estão maduras para estarem em um solo natural da área onde elas estejam.


Lista com os tipos de árvores a serem plantadas.


Frutíferas:


o Abacateiro

o Acerola

o Ameixeira

o Amoreira

o Bananeira

o Limoeiro

o Mangueira

o Pitangueira

o Laranja

o Mamão

o Goiabeira

o Jabuticabeira



Árvores Mata Atlântica

o Alecrim de Campinas

o Cássia Aleluia

o Chapéu - de - sol

o Fedegoso

o Grevilha

o Ipê-Amarelo

o Ipê-Roxo

o Jasmim-Manga

o Jatobá

o Paineira

o Murta de Cheiro

o Pau-Brasil

o Jerivá

o Manacá-da-Serra

o Pau-Ferro

o Resedá ou Extremosa

o Sibipiruna

o Suinã

o Tipuana


Exóticas

o Jacarandá-Mimoso

o Figueira-Pandurata

o Romã

o Salgueiro-Chorão



De acordo com a quantidade de mudas a serem plantadas pensamos em uma divisão igual para cada tipo de espécie:

 Se forem plantadas 1000 mudas, cada espécie terá 28/29 mudas plantadas.

 Se forem plantadas 900 mudas, cada espécie terá 25/26 mudas plantadas.

Para a horta, a divisão vai depender de quais hortaliças a comunidade escolher para plantar, e como vai ser junto a floresta pode ser espalhado por toda a área da APP.

" O incentivo a sustentabilidade em empreendimentos de Habitações com Interesse Social é o caminho pra reestruturação do meio ambiente, para uma melhor qualidade de vida e para uma interação ainda maior do homem com a natureza e o Meio Ambiente".



João Rodrigo Madeira Taves

Brasil Habitat